Harry Potter & the Deadly Hallows – Part 1

Posted By: Unknown - 2:36:00 PM

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Minha relação com o já não tão pequeno mago de J.K. Rowling é estranha. Como fenômeno das massas, meu primeiro instinto foi odiá-lo, impulsionado por um feroz fanatismo por J.R.R. Tolkien, o qual todos citavam como comparação. Vi oprimeiro filme sem muita empolgação e li o primeiro livro para ver se interessava, porém sem muito sucesso.
No entanto, com o tempo, ficou claro que Tolkien e Rowling poderiam conviver tranquilamente em mundos de fantasia separados e que a pluma do mestre inglês não corria o risco de deixar de ser a verdadeira base da literatura fantástica. Seis filmes após o original – tirando os livros, para a minha vergonha -, tenho que admitir que desenvolvi um certo carinho por Harry, Ron e Hermione e já sou mais um fã.
Dessa forma, nem com ódio, nem com indiferença me aproximei de ‘Harry Potter & the Deadly Hallows – Part 1’, o jogo para todas as plataformas, companheiro do filme que transforma o espírito de fantasia dos anteriores em uma experiência muito mais obscura e mais próxima de ‘Gears of War’ do que de ‘Zelda’.
‘The Deadly Hallows – Part 1’ oferece dois tipos de jogabilidade em uma aventura sem fim, com uma história mais madura que não se deixa em nenhum momento maravilhar com a magia de Hogwarts. É inegável que o tom da aventura final de Harry seja quase tão emo quanto a adolescência, mas a decisão de deixar de lado a exploração e a “magia” dos títulos anteriores é questionável.
O primeiro e mais prevalecente tipo de jogo é o de disparos em terceira pessoa, com Harry disparando feitiços pra lá e pra cá com sua varinha e se escondendo para destroçar dementadores com oito feitiços diferentes. Como mencionei anteriormente, essas seções lembram claramente jogos como ‘Gears of War’, mas, neste caso, terrivelmente simplificadas.
Se cobrir é quase questão de sorte, com a metade das costas de Harry escapando da cobertura como por arte de magia. É verdade que Daniel Radcliffe já tem uns 42 anos e seu corpo não é mais o do pequeno mago que interpreta, mas não seria má ideia caracterizá-lo dessa forma no jogo. E, mesmo que o exército de dementadores ofereça pouca variedade de inimigos, dizimá-los tem certa qualidade satisfatória similar a do jogo whack-a-mole.
O outro tipo de jogabilidade oferecido, e que não havia chamado minha atenção antes de jogá-lo, é o de sigilo. Potter conta com seu manto de invisibilidade e usá-lo muda a câmera para primeira pessoa, permitindo ao mago surpreender inimigos e passar despercebido quando necessário. Como com a cobertura, esta mecânica foi implementada um pouco às pressas e funciona quando quer. É comum que os inimigos se deem conta da nossa presença a distâncias que não deveriam e conseguir surpreender alguém é questão de cruzar os dedos.
Há um modo à parte para jogar com Kienect, o novo artefato da Microsoft, para nos movermos na frente da TV e controlarmos os jogos sem controles, mas não é nada parecido com o modo principal e é simplesmente um jogo de disparos sobre trilhos que, claramente, seria melhor desfrutado com uma varinha tipo WiiMote ou PSMove. Na minha mente, pelo menos, ser um mago que dispara feitiços não é o mesmo que ser um relógio de ponteiros desregulado.
Ao menos, a história é tão interessante quanto a do filme e, como na telona, termina sem terminar de fato, porque o livro em que foi baseada foi dividido em dois por questões comerciais. No jogo, há missões que cheiram a “encher linguiça”, mas tudo se move a uma velocidade adequada e interessante, sem nunca perder o ritmo.
Definitivamente, o jogo é uma tentativa corajosa de capturar uma audiência diferente da que a EA Bright Light vinha buscando com seus títulos anteriores, mas que se torna escassa, provavelmente porque o estúdio era muito melhor fazendo os mágicos títulos anteriores. Recomendo para o fã de Potter que precisa ter tudo, mas não como jogo. Para jogar algo que realmente capture a essência de Potter, na semana que vem, testarei o Lego Harry Potter, que promete uma experiência muito mais divertida e com menos pretensões de parecer madura.

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